DEPRESSÃO
DEPRESSÃO

 


INTRODUÇÃO


O Transtorno Depressivo é uma doença mental que se caracteriza por tristeza intensa ou prolongada, perda de interesse por atividades habitualmente sentidas como agradáveis e perda de energia ou cansaço fácil.


Ter sentimentos depressivos é COMUM, sobretudo após experiências ou situações que nos afetam de forma negativa. No entanto, se os sintomas se agravam e perduram por mais de 2 semanas consecutivas, convém começar a pensar em procurar ajuda.


Uma em cada quatro pessoas em todo o mundo sofre, sofreu ou vai sofrer de depressão. Pode afetar pessoas de todas as idades, desde a infância a terceira idade, e se não for tratada, pode conduzir ao suicídio, uma consequência frequente da depressão (estima-se que esta doença esteja associada a perda de 1.000.000 de vidas por ano em todo o mundo).


A depressão pode ser episódica, recorrente ou crônica, e conduz a diminuição substancial da capacidade do indivíduo em assegurar as suas responsabilidades do dia-a-dia. Pode durar de alguns meses a alguns anos, contudo, em cerca de 20% dos casos torna-se uma doença crônica sem remissão. Estes casos devem-se, fundamentalmente, a falta de tratamento adequado.


 


 


 


 


SINTOMAS


A depressão diferencia-se das NORMAIS mudanças de humor pela gravidade e permanência dos sintomas. Está associada, muitas vezes, a ansiedade e/ou pânico.


Os sintomas mais comuns são:


- Modificação do apetite (falta ou excesso de apetite);
- Perturbações do sono (sonolência ou insônia);
- Fadiga, cansaço e perda de energia;
- Sentimentos de inutilidade, de falta de confiança e de auto-estima, sentimentos de culpa e sentimento de incapacidade;
- Falta ou alterações da concentração;
- Preocupação com o sentido da vida e com a morte;
- Desinteresse, apatia e tristeza;
- Alterações do desejo sexual;
- Irritabilidade;
- Manifestação de sintomas físicos (dor muscular, dor abdominal, enjôo, outros).

 


  


CAUSAS


As causas diferem muito de pessoa para pessoa. Porém, é possível afirmar que há fatores que influenciam o aparecimento e a permanência de episódios depressivos. Por exemplo, condições de vida adversas, o divórcio, a perda de um ente querido, o desemprego, a incapacidade em lidar com determinadas situações ou em ultrapassar obstáculos, etc.


Determinar qual o fator ou os fatores que desencadearam a crise depressiva pode ser importante, pois o indivíduo poderá aprender a evitar ou a lidar com esse fator durante o tratamento e durante sua vida.


 


  


 


FATORES DE RISCO


Os fatores de risco determinantes nos transtornos depressivos são:


- Episódios de depressão no passado;
- História familiar de depressão;
- Gênero feminino – a depressão é mais frequente nas mulheres, ao longo de toda a vida, mas em especial durante a adolescência, no primeiro ano após o parto, menopausa e pós-menopausa;
- Pessoas que sofrem um qualquer tipo de perda significativa, mais habitualmente a perda de alguém próximo;
- Presença de doenças crônicas - cardiopatias, hipertensão, asma, diabetes,  história de tromboses, artroses e outras doenças reumáticas, SIDA, fibromialgia, outras;
- Pessoas que coabitam com um familiar portador de doença grave e crônica (por exemplo, pessoas que cuidam de doentes com Alzheimer);
- Tendência para ansiedade e pânico;
- Indivíduos com profissões geradoras de estresse ou em circunstâncias de vida que causem estresse;
- Dependência de substâncias químicas (drogas) e álcool;
- Idosos;
- Após uso de alguns medicamentos (como os corticóides, alguns anti-hipertensivos, alguns imunossupressores, alguns citostáticos, medicamentos de terapêutica hormonal de substituição, e neurolépticos clássicos).

 


 


 


PREVENÇÃO


Como em todas as doenças, a prevenção é sempre A MELHOR abordagem, designadamente para as pessoas em situação de risco, pois permite a intervenção precoce de profissionais de saúde e impede o agravamento dos sintomas.


Se o indivíduo é portador de ansiedade ou queixas físicas sem que os exames de diagnóstico encontrem uma explicação para os sintomas não deve hesitar em procurar ajuda médica especializada, pois muitas vezes são os primeiros sintomas de uma depressão.


 


 


 


DIAGNÓSTICO


NÃO existem meios complementares de diagnóstico específicos para a depressão, e a bem da verdade, tão pouco são necessários: o diagnóstico CLÍNICO é bastante preciso.


Dirija-se sempre ao seu médico de família ou clínico geral: estes médicos podem reconhecer a presença da doença, e caso considerem necessário, podem encaminhar para um médico psiquiatra para esclarecimento do diagnóstico e para orientação terapêutica (o medicamento a usar, a dose, a duração, a resposta esperável face ao tipo de pessoa, a indicação para um tipo específico de psicoterapia, a necessidade de outros tipos de intervenção, etc.).


 


 


 


TRATAMENTO


Normalmente, através do uso de medicamentos, de intervenções psicoterapêuticas, ou da conjugação de ambas.


As intervenções psicoterapêuticas são particularmente úteis nas situações ligeiras e reativas às adversidades da vida bem como em associação com medicamentos nas situações moderadas e graves. A decisão de iniciar uma psicoterapia deve ser sempre debatida com o seu médico: a oferta de serviços é grande, não é auto-regulada, e é difícil a pessoa deprimida conseguir escolher o que mais lhe convém sem ajuda médica.


Os medicamentos usados no tratamento das depressões são designados por antidepressivos. Estes medicamentos são a pedra basilar do tratamento das depressões moderadas e graves e das depressões crônicas, podendo ser úteis nas depressões episódicas e não criam dependência nem alteram a personalidade da pessoa. Com a evolução da ciência e da farmacologia, estes medicamentos são cada vez mais eficazes no controle e tratamento da depressão, nomeadamente por interferência com a ação de neurotransmissores (como a serotonina, noradrenalina, dopamina) no hipotálamo, a zona do cérebro responsável pelo humor (emoções).


Se o médico lhe prescrever medicamentos antidepressivos, siga as suas indicações e nunca pare o tratamento sem lhe comunicar as razões. Estes medicamentos não têm efeito imediato: pode demorar algumas semanas, 2 a 6, até começar a sentir-se melhor. O tratamento dura no mínimo 4 a 6 meses. Obtenha toda a informação e esclareça todas as dúvidas com o seu médico.